Pai passou 30 anos em busca do assassino da filha que está sendo extraditado para a Colômbia.

Finalmente, nesta quinta-feira (11), o colombiano Jaime Saade, preso por estuprar e matar a namorada Nancy Mestre, em 1994, se encontra no avião rumo à Colômbia, extraditado pela Polícia Federal.
O paradeiro do criminoso, que fugiu depois de ser condenado a 27 anos de prisão, foi encontrado pelo pai de Nancy. O pai chegou a fazer cursos de investigação e pesquisar intensamente as redes sociais em busca do assassino da filha.
A última vez que o pai Martin Mestre (79) viu Jaime Saade foi na madrugada de 01/01/94, na porta da sua casa em Barranquilla, ao norte da Colômbia, depois de brindar com sua mulher e seus dois filhos. Nancy Mariana, de 18 anos, tinha pedido autorização dele para comemorar o Réveillon com Jaime, com quem namorava fazia algum tempo. Mestre saiu para despedir-se deles.
— Volte às três — recordou ele à filha. — E cuide bem dela — pediu ao rapaz.
Às 6h, acordou sobressaltado. Estranhou que a luz da escada continuasse acesa e correu até o quarto da filha. Não estava.
Saiu à rua na madrugada mais festiva do ano. Percorreu várias discotecas da cidade e prometeu a Deus que se a encontrasse em alguma, não daria nenhuma bronca. Mas não a viu. Pegou o carro e foi até a casa da família Saade.
A mãe de Jaime estava limpando a edícula contígua à casa, onde o filho vivia – isso no amanhecer do primeiro dia do ano. O piso estava todo molhado. A mulher olhou para ele e disse:
— Sua filha teve um acidente, está na Clínica del Caribe.
Mestre foi para o hospital. Na entrada, encontrou o pai de Jaime, a quem conhecia de vista.
— Martín, sua filha tentou se suicidar.
Passaram os oito dias seguintes na clínica. Uma bala tinha atravessado a cabeça de Nancy, que nunca voltou a recuperar a consciência. Em 9 de janeiro, lhes avisaram que ela estava para morrer. “Entramos e cantamos canções de quando ela era pequena: ‘Menina linda do papai’”, cantarola hoje Martín. Até que o coração “parou de desenhar traços na máquina e soou o apito”.
Mestre (79) nunca desistiu por sequer um segundo sequer de sua busca incessante, por três décadas: “Desde aquele dia vivo em função de ele ser preso. Não é uma obsessão, é um dever como pai.”

(Fonte: El País)

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